quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012


E.E. MARIA ANÁLIA MENDES FERREIRA
Intertextualidade é a relação entre dois textos em que um cita o outro. Assim, qualquer texto que se refere a assuntos abordados em outros textos é exemplo de intertextualização. A intertextualidade pode ocorrer em textos escritos, músicas, pinturas, filmes, novelas etc. Esclareça que, dependendo da situação, a intertextualidade tem funções diferentes que dependem dos textos/contextos em que ela é inserida.
A intertextualidade pode ocorrer sob as formas abaixo:   
 Paráfrase - A paráfrase consiste em refazer um texto fonte em função de seu conteúdo. É uma categoria que abrange resumos, condensações, atas, adaptações relatórios.
Paródia - A paródia é a recriação de viés crítico, com intenção cômica ou satírica. Na paródia, o texto fonte não é apenas o ponto de partida. Ele permanece entrevisto no espaço do texto recriado, sem o que se perde o efeito de sentido da paródia.
Plágio - O plágio consiste na apropriação ou imitação, essencialmente ilícita, de texto alheio. Pode ser parcial ou total, distinguindo-se da paráfrase e da paródia por ocultar seu processo de criação. A facilidade, criada pela internet, do acesso a textos alheios aumentou consideravelmente a prática do plágio nos meios acadêmicos.



Texto 1:
Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse Amor, seria como o metal que soa ou como o sino que tine. E ainda que tivesse o dom da profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse Amor, nada seria. E ainda que distribuísse toda a minha fortuna para sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, se não tivesse Amor, nada disso me aproveitaria. O Amor é paciente, é benigno; o Amor não é invejoso, não trata com leviandade, não se ensoberbece, não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal, não folga com a injustiça, mas folga com a verdade. Tudo tolera, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. O Amor nunca falha. Havendo profecias, serão aniquiladas; havendo línguas, cessarão; havendo ciência, desaparecerá; porque, em parte conhecemos, e em parte profetizamos; mas quando vier o que é perfeito, então o que o é em parte será aniquilado. Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, discorria como menino, mas, logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino. Porque agora vemos por espelho em enigma, mas então veremos face a face; agora conheço em parte, mas então conhecerei como também sou conhecido. Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três; mas o maior destes é o Amor.   

Texto 2:   

Amor é fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer;
É um não querer mais que bem querer;
É solitário andar por entre a gente;
É nunca contentar-se de contente;
É cuidar que se ganha em se perder;
É querer estar preso por vontade;
É servir a quem vence, o vencedor;
É ter com quem nos mata lealdade.
Mas como causar pode seu favor
Nos corações humanos amizade,
se tão contrário a si é o mesmo Amor?
Soneto 11 de Luiz Vaz de Camões (Rimas)     
Exercícios   
1.      Em poucas linhas, escreva o assunto do texto I.
2.      Tendo em vista que o texto I foi tirado da Bíblia, qual é o seu público alvo?
3.      Agora, em poucas linhas escreva o assunto do texto II.
4.      Em sua opinião, qual é o objetivo comunicativo do texto II.       
5.      Considere as definições:
Antítese – Ocorre quando há uma aproximação de palavras ou expressões de sentidos opostos.
Paradoxo - é uma afirmação ou opinião que à primeira vista parece ser contraditória, mas na realidade expressa uma verdade possível.
O poema de Camões é composto por antíteses e paradoxos.
a) Dê um exemplo de antítese.
b) Dê um exemplo de paradoxo.
c) Que sentido essas figuras de linguagem trazem para o texto?   
6. Qual o aspecto semelhante entre os dois textos?   
7. A concepção de amor é diferenciada nos dois textos. Explicite essa diferença.  

















   Texto III
Monte Castelo
Ainda que eu falasse
A língua dos homens
E falasse a língua dos anjos
Sem amor, eu nada seria...
É só o amor, é só o amor
Que conhece o que é verdade
O amor é bom, não quer o mal
Não sente inveja Ou se envaidece...
O amor é o fogo
Que arde sem se ver
É ferida que dói
E não se sente
É um contentamento
Descontente
É dor que desatina sem doer...
Ainda que eu falasse
A língua dos homens
E falasse a língua dos anjos
Sem amor, eu nada seria...
É um não querer
Mais que bem querer
É solitário andar
Por entre a gente
É um não contentar-se
De contente
É cuidar que se ganha
Em se perder...
É um estar-se preso
Por vontade
É servir a quem vence
O vencedor
É um ter com quem nos mata
A lealdade
Tão contrário a si
É o mesmo amor...
Estou acordado
E todos dormem, todos dormem
Todos dormem
Agora vejo em parte
Mas então veremos face a face
É só o amor, é só o amor
Que conhece o que é verdade...
Ainda que eu falasse
A língua dos homens
E falasse a língua dos anjos
Sem amor, eu nada seria...
(Renato Russo – Legião Urbana, “As quatro estações”, 1989.)


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